IDEIAS CONTEMPORÂNEAS. AÇÃO CRIATIVA

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PALAVRA VIVA

A exposição Palavra Viva retrata o dinamismo da língua portuguesa a partir do diálogo entre poesia e artes plásticas. A transversalidade entre palavra e imagem é o fio condutor da seleção de obras que compõem a mostra, que traça um breve panorama desse recorte linguístico-imagético da produção poética e artística brasileira.

READY MADE IN BRASIL

Em 2017, Fountain (Fonte, 1917), obra ícone de Marcel Duchamp, completa 100 anos desde que foi apresentada, de forma anônima, como um objeto de arte no importante Salão dos Artistas Independentes de Nova York. Anos antes, Duchamp já havia introduzido o conceito de readymade para classificar alguns de seus trabalhos...

LUZESCRITA

Poesia e fotografia vêm do mesmo berço. Em sua origem, no grego, as palavras significam “fazer” e “escritura da luz”, respectivamente. Esses dois conceitos e expressões artísticas voltam a se encontrar pelas mãos dos artistas Arnaldo Antunes, Fernando Laszlo e Walter Silveira na mostra Luzescrita no Espaço Cultural Porto Seguro...

REVER

Em 1956, há sessenta anos, aconteceu, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta. A mostra marca o início do movimento concretista no país e foi a primeira a reunir, em um mesmo espaço expositivo, escultores e pintores junto a poetas. Obras de importantes artistas, como Waldemar Cordeiro, Geraldo ...


N+1 arte cultura

Largo do Arouche, 161 – Sobreloja / Sala 1 - São Paulo, SP


Curadoria: Daniel Rangel
Coordenação Geral: Têra Queiroz

SESC Palladium – Belo Horizonte [MG]
27 de fevereiro a 22 de abril de 2018

A exposição Palavra Viva retrata o dinamismo da língua portuguesa a partir do diálogo entre poesia e artes plásticas. A transversalidade entre palavra e imagem é o fio condutor da seleção de obras que compõem a mostra, que traça um breve panorama desse recorte linguístico-imagético da produção poética e artística brasileira.
A palavra é o elemento central na semântica de idiomas ocidentais, sendo atrelado, sobretudo, à literatura, incluindo a poesia. Desde a antiguidade até o Renascimento, podemos observar uma espécie de disputa entre as linguagens artísticas, e somente a partir das vanguardas europeias, no fim do século 19, que se iniciou um processo de aproximação e diálogo entre as disciplinas e as linguagens artísticas.

O poema seminal “Un Coup de Dés”, de Stephan Mallarmé, datado de 1897, é um marco do encontro entre poesia e artes visuais , seguido, já no começo do século 20, pelas experiências visuais dos caligramas do poeta Guillaume Appolinaire, pela produção de alguns artistas plásticos, como Mondrian, Malevitch, Picasso, Duchamp e Raoul Hausmann, e pela obra de compositores como Stockhausen e Schönenberg. Essas personagens são fundamentais em cada uma de suas disciplinas e responsáveis pelo trânsito entre elas.

No Brasil, os reflexos mais consistentes desse hibridismo entre poesia, artes plásticas e música ocorreram a partir dos anos 1950, com a produção dos inventores da poesia concreta brasileira Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. O trio de poetas paulistas, conhecido como grupo Noigandres , iniciou então uma produção autoral poética verbivocovisual, amparada pela realização de um grande número de traduções de autores referenciais e revisões críticas fundamentais para o entendimento do que propunham.

O termo “verbivocovisual” foi traduzido por eles a partir da obra mais radical do poeta irlandês James Joyce, intitulada Finnengans Wake. Em linhas gerais, a expressão propõe a multidisciplinaridade e o encontro entre as dimensões semânticas (verbi), sonoras (voco) e plásticas (visual). Essa característica híbrida, que está presente na poesia do grupo Noigandres, é o ponto de partida para a produção de diferentes poetas e artistas de gerações seguintes e que segue até o presente.

A mostra Palavra Viva reúne obras de diferentes períodos que estão atreladas aos conceitos “verbivocovisuais” e traça uma linha do tempo da relação da palavra e da imagem na produção brasileira, reunindo artistas e poetas, que aqui são denominados de artistas(poetas)visuais. A definição se apropria da escrita do poeta E.E. Cummings como forma de aproximar a produção de profissionais que trabalham na fronteira entre a literatura e as artes plásticas.

Os poemas mais antigos em exposição são de autoria de Augusto de Campos e integram sua série poetamenos, considerada a inicial da poesia concreta brasileira. A seleção conta ainda com obras de artistas(poetas)visuais das gerações seguintes que foram de certa forma influenciados por Campos e seus companheiros e que exploraram diferentes suportes para formalizar seus pensamentos visuais e poéticos.

Palavra Viva conta com serigrafias, esculturas, cartazes, objetos, adesivos, instalações, fotografias, vídeos e uma performance que exploram o tênue limite híbrido de linguagens – poemas expandidos além do livro, inseridos como peças de arte no espaço-tempo expositivo.

Obras de representantes de diferentes regiões do país e de distintas gerações, como Almandrade, Arnaldo Antunes, Fábio Morais, Guilherme Mansur, Lenora de Barros, Marilá Dardot, Paulo Bruscky, Ricardo Aleixo, Tadeu Jungle, Walter Silveira e o já mencionado Augusto de Campos, alguns considerados mais poetas do que artistas, outros mais artistas do que poetas, reunidos e unificados aqui e agora como artistas(poetas)visuais, responsáveis por manter a língua portuguesa ativa, a palavra viva.


Curadoria: Daniel Rangel
Coordenação Geral: Têra Queiroz

Em 2017, Fountain (Fonte, 1917), obra ícone de Marcel Duchamp, completa 100 anos desde que foi apresentada, de forma anônima, como um objeto de arte no importante Salão dos Artistas Independentes de Nova York. Anos antes, Duchamp já havia introduzido o conceito de readymade para classificar alguns de seus trabalhos, cuja proposta consistia na apropriação de objetos comuns, sem um valor estético específico, como obras de arte, deslocadas para o espaço expositivo. O readymade pode ser compreendido como um gesto, uma ferramenta ou ação duchampiana, que busca questionar o próprio sistema de arte vigente, e, para alguns teóricos, Fonte (1917) é o principal ponto de virada (turning point) da arte produzida até os dias atuais.

Entre os anos de 1960, a partir dos (pop)concretos e neoconcretos, o readymade é introduzido no Brasil e, desde então, está presente na produção de todas as gerações seguintes de artistas, que frequentemente recorrem ao procedimento duchampiano para realizar suas criações. A exposição busca criar uma espécie de linha do tempo desta presença nas diferentes gerações de artistas a partir da inserção de trabalhos históricos e icônicos de diferentes períodos. Trata-se de uma celebração do centenário da obra ícone de Duchamp, do readymade, da apropriação e do principal legado duchampiano para todos os que trabalham no meio das artes: a liberdade.


LUZESCRITA
Curadoria: Daniel Rangel
Coordenação Geral: Têra Queiroz

Poesia e fotografia vêm do mesmo berço. Em sua origem, no grego, as palavras significam “fazer” e “escritura da luz”, respectivamente. Esses dois conceitos e expressões artísticas voltam a se encontrar pelas mãos dos artistas Arnaldo Antunes, Fernando Laszlo e Walter Silveira na mostra Luzescrita no Espaço Cultural Porto Seguro. A mostra contou com cerca de 60 obras, entre vídeos, objetos, fotografias e instalações, que transformam poemas em imagens e versos em luz.

O projeto nasceu no início dos anos 2000, a partir de uma ideia do Fernando Laszlo em traduzir literalmente a palavra fotografia por meio dos poemas de Arnaldo e Walter. Primeiro, as palavras foram escritas com luz por meio de materiais como pólvora, lâmpadas e metal. Em seguida, foram fotografadas por Fernando, completando a metamorfose.

Luzescrita foi resultado de um trabalho de 15 anos e apresentada pela primeira vez em Salvador. Já passou por cidades como Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e Vila Nova de Cerveira, em Portugal e agora culmina em São Paulo, cidade natal dos artistas. Inicialmente, o resultado dessa parceria seria apenas um livro de fotografias. Mas o curador Daniel Rangel viu o potencial de transformar o projeto em uma mostra, que revela também os bastidores por trás das imagens.

A cada montagem, a exposição é diferente, numa contínua transformação. É um projeto que se retroalimenta: os objetos produzidos para cada exibição dão origem à novas fotografias para a etapa seguinte do percurso, e assim por diante. Em São Paulo, Luzescrita chegou ao auge com a adição de nove obras inéditas, como a instalação “Assombraluz”, a fotografia “Fogo n’Água” e várias obras site specific, que exploravam a relação com o ambiente, como “Ilumina Elimina” e “Luz Negra”.

Sobre os artistas
Arnaldo Antunes
Músico, poeta, artista e escritor. Como poeta, tem livros e antologias publicadas em países como Espanha e Portugal. Integrou o grupo de rock Titãs entre 1982 e 1992 e o projeto Tribalistas, com Marisa Monte e Carlinhos Brown. Em carreira solo, lançou mais de dez discos.

Fernando Laszlo
Fotógrafo, participou de várias mostras coletivas e teve duas individuais. Foi curador da exposição Stirring Stillness – Fotografias de Otto Stupakoff e de outra em parceria com Bob Wolfenson. Tem trabalhos nas coleções Pinacoteca do Estado de São Paulo, Joaquim Paiva, Museum of Fine Arts Houston e Banco Privado Português.

Walter Silveira
Graduado em Rádio e TV pela ECA/USP, foi fundador da The Academia Brasileira de Vídeo, primeira escola de vídeo do país. Desde o final dos anos 1970, realizou mostras como artista e curador de várias exposições e publicações de poéticas visuais. Foi diretor da TV Cultura de São Paulo, TV Educadora da Bahia, e superintendente regional (centro-oeste e norte) da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Sobre o Espaço Cultural Porto Seguro
O Espaço Cultural Porto Seguro é uma plataforma para as mais diversas manifestações artísticas e culturais com ênfase no pensamento contemporâneo. Concebido como parte integrante do Complexo Cultural Porto Seguro, composto por espaço cultural, teatro, restaurante e café, atua em diversas vertentes de expressão artística, como: exposições, ateliês/FabLab, cursos, workshops, feiras e vivências.

Curadoria: Daniel Rangel
Coordenação Geral: Têra Queiroz

SESCs
Pompéia: Mai - Jul/2016
Santo André: Set - Dez/2016
Araraquara: Mar/2017

Prêmio de Melhor exposição individual nacional 2016 (Revista Select)

Destaque 10 melhores exposições 2016 (SP Arte)

Em 1956, há sessenta anos, aconteceu, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta. A mostra marca o início do movimento concretista no país e foi a primeira a reunir, em um mesmo espaço expositivo, escultores e pintores junto a poetas.

Obras de importantes artistas, como Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Lygia Pape, Lygia Clark, Hélio Oiticica e o homenageado da mostra, Alfredo Volpi, entre outros, dividiram as paredes com poemas-cartazes de Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari, teóricos do movimento de poesia concreta, que compunham o grupo Noigandres, e mais os poetas Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e Wlademir Dias-Pino, sediados no Rio de Janeiro.

Os manifestos da poesia concreta, então publicados com a assinatura dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, e de Décio Pignatari, davam os contornos da poética que agitou os meios culturais da época. Eles defendiam uma nova concepção de poesia, que assinalavam com o termo verbivocovisual, por eles adaptado da obra mais radical do escritor irlandês James Joyce, Finnegans Wake. Com essa expressão, queriam destacar a materialidade do poema, em todas as suas dimensões — não apenas a semântica, mas a sonora e a visual —, propondo uma poesia minimalista, sintética, livre das amarras do discurso convencional.

A proposta poética retoma um diálogo interrompido com as vanguardas europeias do início do século 20, com fundamentos no “poema-livro gráfico-espacial” de Stéphane Mallarmé, Um lance de dados (Un coup de dês), simultaneamente aos “caligramas”, poemas visuais de Guillaume Apollinaire, no contexto do surgimento e da expansão do cubismo, do futurismo e do dadaísmo. Entre os precursores da nova poesia, os teóricos do movimento destacavam, além da obra fundamental de Mallarmé e das obras vanguardistas de Joyce e Apollinaire, as dos americanos Ezra Pound e E. E. Cummings, assim como as dos brasileiros Oswald de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Outras referências importantes: nas artes visuais, Piet Mondrian, Kazimir Malevich e a arte concreta; na área musical: Schoenberg, Webern, a música eletrônica, Pierre Boulez, Karlheinz Stockhausen e John Cage.

Augusto fez parte dessa célebre exposição de 1956, integrou o grupo Noigandres e em 2016, aos 85 anos, encontrava-se em plena atividade poética, artística e intelectual. Sua atuação, como poeta, tradutor-artista, crítico de literatura e de música, expressa em mais de sessenta obras publicadas, possui grande reconhecimento internacional. Nesse âmbito, participou de inúmeras exposições, tendo sua poesia divulgada em livros e publicações nacionais e internacionais. A mostra REVER, maior individual já realizada pelo “artista-poeta”, reuniu um abrangente recorte de trabalhos que exploram, sobretudo, o conceito da poesia verbivocovisual.

Poemas que emanam das publicações, e se transformaram em serigrafias, objetos, esculturas, colagens, instalações, livros-objetos, áudios, vídeos, manuscritos e documentos históricos, compõem a mostra. A seleção teve como ponto de partida os quatro livros de poesia editados por Augusto: Viva Vaia (1979), que reúne a produção do poeta desde seu primeiro livro (O Rei Menos o Reino, 1951) e dos subsequentes Despoesia (1994), Não (2003) e Outro (2015), além de obras sonoras e audiovisuais produzidas por ele ao longo de seu percurso.

Uma produção que vem influenciando gerações de artistas, e que, além do meio literário, mantém uma estreita relação com as artes visuais e a música. Augusto foi fonte de inspiração para muitos compositores, eruditos e populares, e prossegue em seu trabalho contínuo de exploração sonora na área experimental entre poesia e música. Sua obra, que nas últimas décadas se expandiu para o universo das novas mídias, confirmou-se na linguagem digital, em poemas interdisciplinares, dos quais esta exposição apresenta numerosos exemplos.

A mostra REVER foi histórica e, ao mesmo tempo, inovadora. Percorreu sua trajetória de forma cronológica e também oferece novas leituras para muitos de seus trabalhos. Buscou exibir um amplo panorama de sua produção, interpretar sua poesia em diversos suportes visuais e sonoros, e inserir sua obra, já consagrada no meio literário, no âmbito das artes visuais, definitivamente.